Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Antigo Museu do Índio será derrubado para construção de lanchonete anexa ao Maracanã - FIFA agradece.



Fonte: Jornal do Brasil.

A presidente do TRF2, desembargadora federal Maria Helena Cisne, cassou duas liminares que impediam a demolição do prédio onde funcionou o Museu do Índio de 1910 até 1978, bem como proibiam a retirada dos índios da "Aldeia Maracanã". O edifício, que ocupa área de cerca de mil e seiscentos metros quadrados na zona norte da capital fluminense , está desativado há 34 anos. O governo estadual do Rio de Janeiro pretende usar a área para atender exigências da FIFA, órgão internacional que regulamenta as entidades federativas de futebol. O objetivo é garantir as adequações necessárias do estádio do Maracanã para receber os jogos da Copa das Federações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.
As liminares haviam sido concedidas pela primeira instância da Justiça Federal a pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que ajuizara duas ações civis públicas. Segundo informações dos autos, no terreno do antigo museu viveriam cerca de vinte índios de diversas etnias, que estariam instalados em casebres.  O mérito das ações ainda será julgado pela primeira instância.
Para a DPU, a derrubada da construção centenária, sem a prévia investigação do seu valor cultural e arquitetônico, "pode trazer prejuízo inestimável à coletividade".
Alertas, preocupados, sem dormir, e dispostos a tudo. Assim estão os índios da Aldeia Maracanã, vizinha ao Estádio Mario Filho, depois que a presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargadora federal Maria Helena Cisne, cassou duas liminares que impediam a demolição do prédio onde funcionou o Museu do Índio de 1910 até 1978, bem como proibiam a retirada dos ocupantes do imóvel.
"Na última sexta-feira, e no sábado, começaram a quebrar os muros do terreno. Afastado aqui da Aldeia. Mas já no terreno. O clima está tenso. Estamos dispostos a qualquer coisa, inclusive a não sair daqui vivos", disse Afonso Aporinã, um dos líderes da Aldeia Maracanã, onde haverá uma reunião aberta ao público para organizar a resistência.
Com medo de que a partir da decisão do TRF-2 o governo do Estado tente retirá-los da área neste feriado prolongado, os índios prometem reagir e ficar em estado de sentinela.




Comentário: 
Eu não sou do tipo que defende patrimônio tombado. Considero uma perda de tempo tombar prédios sem relevância histórica  onde na maioria das vezes os proprietários não conseguem manter conservados. E não serão ajudados pelo mesmo governo que os tombou.

A casa na Rua Ceará onde ficava o famoso Garage é um desses exemplos.

Acho que boa parte do Centro; Praça 11 e Estácio deveriam ter o tombamento cassado, pagar indenizações ao proprietários para derrubar e construir apartamentos populares.

 Mas quando você vê que o projeto para justificar a destruição do antigo prédio do Museu do Índio é somente para construir uma LANCHONETE para agradar a dona FIFA. É de se revoltar. Sem mencionar que existe uma comunidade que tenta viver de acordo com a cultura indígena.

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